Na quarentena, grande parte dos brasileiros está repensando a vida, refletindo sobre trabalho, relacionamentos e consumo.
E para muitos essa reflexão traz hábitos mais positivos (ou menos negativos), com impacto na economia e no planeta.
A retomada verde não é só um movimento macroeconômico, mas também individual, da porta de casa para dentro.
Foi assim na crise hídrica de São Paulo entre 2014 e 2016, que provocou uma mudança de comportamentos no consumo de água.
Todo mundo parou para olhar como vive e como produz lixo nesses cinco meses.
Passados dez anos da promulgação (em agosto de 2010) da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o País avançou pouco nas ações previstas, principalmente quanto à geração de lixo.
Em uma década, a produção de resíduos sólidos urbanos cresceu 11%, de 71,2 milhões de toneladas/ano em 2010 para 79 milhões. Cada cidadão “gera” 380 quilos de lixo por ano – número que também aumentou.
Dados da ONU estimam que o modo linear de compra, consumo e descarte das pessoas levará o mundo a um colapso até 2050. No Brasil, 6,3 milhões de toneladas de lixo continuam abandonadas no meio ambiente a cada ano.
O foco não é só reciclagem: trata-se de mudar o nosso modo de consumir, reduzindo e reciclando.
A estudante de Eventos Maria Heloiza Saraiva, de 21 anos, traz essa discussão para a vida real. Ela começou a reciclar os resíduos de sua casa e convenceu outras seis pessoas a reduzir a produção de lixo. A empresária Lori Ann Vargas menciona, entre as ações que adotou, hábitos como moer café em casa, fazer o próprio macarrão e sempre evitar plástico nos mercados.
A engenheira civil Luana Garcia comprou uma composteira de madeira que vai ficar na sala de estar. Ela própria preparou cartilhas de conscientização e facilita a separação dos materiais, passando de casa em casa com seu carrinho de metal.